A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,56% em janeiro, ante 0,50% em dezembro, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi a maior taxa para o indicador desde abril do ano passado (0,77%). No entanto, o índice mostrou, no mês passado, a menor taxa para mês de janeiro desde 2009 (0,48%), ano em que a economia brasileira começou a sofrer, de forma mais intensa, o impacto da crise global.
O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,45% a 0,63%), com mediana de 0,55%. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,22%. A inflação acumulada em 12 meses é a menor taxa neste tipo de comparação desde março do ano passado (6,30%), informou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. A técnica classificou como positiva esta informação - mesmo que o índice tenha acelerado na margem, de 0,50% para 0,56%, de dezembro para janeiro. Até o momento, a taxa em 12 meses encontra-se dentro do intervalo da meta inflacionária para este ano, cujo teto vai até 6,50%. As maiores contribuições para o IPCA de janeiro partiram dos aumentos de preços em alimentação e bebidas (0,86%) e em transportes (0,69%), segundo informou o IBGE. As duas classes de despesa, juntas, responderam com 0,34 ponto porcentual do índice do primeiro mês do ano. Isso, na prática, fez com que os dois grupos fossem responsáveis por 61% do IPCA de janeiro. Em termos de contribuição, em pontos porcentuais, os alimentos ficaram com 0,20 ponto porcentual; e os transportes, com 0,14 ponto porcentual. (Alessandra Saraiva) Este foi o primeiro resultado do índice, referência no sistema de metas de inflação, após mudanças nas ponderações dos produtos pesquisados. Os novos pesos foram atualizadas com base na estrutura de consumo dos brasileiros apurada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/2009. Os pesos anteriores levavam em consideração a POF anterior, de 2002/2003. Não alimentícios A inflação dos produtos não alimentícios quase dobrou de dezembro para janeiro, saltando de 0,28% para 0,47%, dentro do IPCA, segundo informou hoje o IBGE. Com alta de 2,54%, as tarifas dos ônibus urbanos foram responsáveis pelo maior impacto individual no índice do primeiro mês do ano, com 0,07 ponto porcentual. Houve reajustes, nesta tarifa no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e no Recife. Entre os não alimentícios, houve ainda término de queda e aceleração de preços em itens de peso no cálculo da inflação, como passagens aéreas (de -2,05% para 10,61%), tarifas dos ônibus intermunicipais (de 0,54% para 3,23%), seguro voluntário (-6,86% para 2,69%) e conserto de automóvel (de 0,49% para 0,71%). Em contrapartida, os preços dos combustíveis voltaram a cair (de 0,35% para -0,45%), de dezembro para janeiro. Isto por conta da gasolina, que passou da alta de 0,30% para queda de 0,35%, além do etanol, que foi de 0,74% para -1,25%, no mesmo período. O IBGE informou ainda que os preços dos automóveis usados intensificaram ritmo de queda, passando de -0,32% para -1,08%. Fonte: O Estado de S.Paulo / Alessandra Saraiva |