“Cala-te e sai dele”. E o homem foi libertado

29/01/12 Dom: Dt 18,15-20 – Sl 94 – 1Cor 7,32-35

EVANGELHO: (Ler na Bíblia: Mc 1,21-28)

Jesus está ensinado na sinagoga. Entre os ouvintes, está um homem possuído por um espírito mal. Vive uma situação dramática, mas reluta em ser libertado por Jesus. Jesus, porém, ensina com autoridade e sua palavra é uma ordem: “Cala-te e sai dele”. E o homem foi libertado. A primeira semana ‘messiânica’ de Jesus tem um valor programático. Marcos, depois de nos dizer quem é esse Jesus que nos convida a segui-lo, agora nos diz o que ele faz por nós: com a força da sua palavra, ele nos liberta do mal e para fazer o bem; a sua ação não será apagada, mas multiplicada pelas trevas que caem; aliás, na inatividade da noite, encontrará, na comunhão com o Pai, a força para prosseguir sua missão em outros lugares. O trecho de hoje, situado num sábado, provavelmente ideal – quem encontra Jesus e o segue, entra num sábado sem fim! – Marcos nos oferece um quadro da atividade de Jesus o seu programa messiânico. Em primeiro lugar, o ensinamento de Jesus. A Palavra, princípio da criação, é também princípio da redenção. Isso valeu para os contemporâneos de Jesus e vale, sobretudo, para nós, que o encontramos na palavra da narração evangélica, que, sempre de novo, é testemunhada, anunciada, celebrada. A palavra tem poder de nos levar a segui-lo, como fez com os primeiros discípulos missionários. A palavra de Jesus, como tem o poder de chamar discípulos missionários, tem o poder de vencer o espírito do mal. O evangelho a registra várias vezes. Lendo o evangelho, em que a Palavra continua a fazer carne, nos aproximamos de Jesus e aprendemos a conhecê-lo. De fato, hoje, nós O encontramos por meio da palavra da narração evangélica. Ela tem o poder de nos seduzir para o seguimento. E o primeiro efeito que tem sobre quem o segue é libertá-lo do espírito do mal. Para tanto, precisamos sentir como ‘dirigida a nós’ a palavra do Evangelho. E perceber as reações dos nossos medos e as resistências do inimigo dentro de nós. Só assim podemos vencê-las. Em seguida vem o exorcismo, mencionado as duas vezes em que se fala da autoridade de Jesus. A origem do mal está na mentira. A verdade tem o poder de desmenti-lo e de dissolvê-lo, como a luz que aparece e expulsa as trevas. Toda a atividade de Jesus, com efeito, tem a finalidade de libertar o ser humano do espírito do mal. O espírito do mal, em Israel, é chamado de ‘espírito imundo’: para o israelita, imundo é tudo o que tem a ver com a morte. É o oposto do Espírito de Deus, que ama a vida e comunica-a. A ação desagregadora do espírito do mal não é, porém, definitiva. Jesus veio desfatalizar a história e devolvê-la às nossas mãos. “Não deixe para a serpente”, é o título de um livro de Harvey Cox na década dos 70. Ele nos liberta com a palavra da verdade. A verdade é capaz de calar a mentira, responsável pela nossa escravidão, mostrando nossa realidade de filhos, e a realidade de Deus, que é Pai. Ele não é nosso rival, nem nosso carrasco, nem nosso estraga prazeres. Eis porque os exorcistas – abundantes em Marcos – são o sinal da vinda do Reino, viabilizado no fim da escravidão do homem. Não reconhecer a presença do Reino é mentir diante da evidência. Jesus taxou essa realidade de pecado contra o Espírito Santo.         

30/01/12 – Seg: 2Sm 15,13-14.30; 16,5-13a – Sl 3 – Mc 5,1-20

31/01/12 – Ter: 2Sm 18,9-10.14b.24-25a.30-19,3 – Sl 85 - Mc 5,21-43

01/02/12 – Qua: 2Sm 24,2.9-17 – Sl 31 – Mc 6,1-6

02/02/12 – Qui: Ml 3,1-4 – Sl 23 – Lc 2,22-40

03/02/12 – Sex: Eclo 47,2-13 – Sl 17 – MC 6,14-29

04/02/12 – Sáb: 1Rs 3,4-13– Sl 118 – Mc 6,30-34

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