Durante evento na sede da Federação das Indústrias, Raimundo Colombo deixou clara a posição do governo do Estado, acionista majoritário da SC Gás, sobre a solicitação de reajuste protocolada pela distribuidora na Agesc
Florianópolis - "É muito clara a posição do governo do Estado: não há nesse momento nenhuma razão para aumentar a tarifa e nós podemos discutir em conjunto um plano estratégico de investimento". Foi desta forma que o governador Raimundo Colombo respondeu ao apelo realizado pelo presidente da FIESC, Glauco José Côrte, nesta sexta-feira, para que o preço do gás natural em Santa Catarina não seja reajustado, para evitar que a indústria do Estado perca competitividade. Colombo também afirmou que "a SCGás não é uma empresa que deve ter esses lucros exagerados".
"A posição do governador mostra sensibilidade com o setor industrial que teve queda de produção no ano passado e perderia competitividade com um novo aumento, quatro meses depois da alta realizada em outubro de 2011", disse Côrte. "Outro aspecto importante é que o governador informou, após o seu pronunciamento na reunião da FIESC, que a sua análise toma por base os balanços da distribuidora", completou, lembrando que o governo é o acionista majoritário da distribuidora, e, portanto, tem poder de veto para o aumento.
Colombo também se posicionou sobre o alerta realizado nesta semana pelas federações industriais dos três Estados do Sul, que alertam sobre a falta do combustível para ampliar a oferta de gás, o que pode limitar o crescimento da utilização do insumo, que têm relevantes ganhos ambientais em relação a outros combustíveis. "Nós estamos discutindo alternativas de suprimento. A capacidade está praticamente esgotada e estamos acertando com a Petrobras algumas alternativas para aumentar a capacidade de oferta de gás em Santa Catarina. Existem alternativas novas, foram descobertos outros poços, então é uma alternativa possível", disse Colombo.
Na última terça-feira (24), a Federação encaminhou ao governo carta solicitando o veto do aumento de 9,7% nas tarifas de gás natural para o setor industrial catarinense, protocolado na Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Agesc) na semana passada. O posicionamento da agência é esperado para o começo da próxima semana.
A FIESC destaca que o gás natural é um insumo importante na composição dos custos da indústria e que o aumento pretendido seria prejudicial à competitividade do setor, já duramente afetada pela crise internacional. As tarifas de gás foram reajustadas em 7,8% no dia 1º de outubro. Dos 1,9 milhão de metros cúbicos de gás natural vendidos diariamente em Santa Catarina, 78% são consumidos pelo setor industrial.
Alternativas - Por meio do Fórum Industrial Sul, as três federações industriais da região defendem como opções para aumentar a oferta e a segurança no abastecimento. Entre elas, a construção de um terminal de GNL em algum porto da região sul; a substituição do gás natural utilizado para geração de energia nas termelétricas por carvão; o aumento na pressão do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), que ampliaria em 3 milhões de m³ diários a oferta do insumo na região (50% a mais do que é ofertado hoje), e a exploração e operação de novas reservas no litoral da região.