Larissa Guerra | larissa.guerra@an.com.br
As fábricas ainda podem ser o principal empregador de Joinville – com 73,6 mil trabalhadores, segundo o Ministério do Trabalho, – mas quem está puxando o surgimento de novas oportunidades de trabalho é o segmento de serviços, que já emprega 55,5 mil pessoas. Só no ano passado foram 3.997 vagas com carteira assinada, ou 43,7% do total. Foi quase três vezes a mais do que a indústria.
O presidente da seccional joinvilense da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Pedro Luiz Pereira, diz que o crescimento na área de serviços não é regra somente de Joinville.
— O mundo está vivendo esse momento. Mas, na nossa região, nós estamos percebendo que os novos empreendimentos industriais estão puxando o surgimento de vagas em outros setores, o que acaba sendo bastante favorável para Joinville.
O mesmo movimento pode ser sentido na economia catarinense e nacional. Em SC, o setor de serviços foi responsável por 36 mil dos 82 mil empregos criados em 2011, enquanto no País o segmento abriu 925 mil das mais de 1,9 milhão de novas vagas. A queda de contratações na indústria também foi sentida no País.
Segundo o presidente da Acij, Udo Döhler, a geração de empregos na indústria foi menor no ano passado porque muitas empresas estão com seus quadros de funcionários completos.
— Tivemos um crescimento atípico na indústria em 2010, e a economia em 2011 não cresceu o esperado —, argumenta.
Ele acredita que 2012 deve ser mais movimentado para as indústrias, principalmente entre as metalmecânicas e de autopeças, que crescem beneficiadas pela redução do IPI para produtos de linha branca e pelo volume de vendas de automóveis.
4 mil oportunidades à espera de serem preenchidas
Apesar de 2011 ter encerrado com uma queda de 20,15% na criação de novas oportunidades de trabalho em Joinville, 2012 começou bem. A oferta é atípica nesta época do ano.
As agências estão trabalhando em um ritmo incomum para janeiro, que costuma ser de baixa oferta de empregos. Cerca de 4 mil vagas estão abertas nas principais agências da cidade e há ofertas com salários que podem chegar até R$ 5 mil.
A expectativa dos especialistas em recolocação é de que haja mais equilíbrio no surgimento de novas oportunidades de trabalho neste ano. Mas os serviços vão continuar brilhando: pelo menos 30% das vagas disponíveis são para este segmento.
A gerente Wilma Oening, da People Service, que está selecionando 500 profissionais para setores de produção, diz que há urgência em contratar.
— O que está faltando mesmo é gente interessada.
Na agência, as vagas operacionais são normalmente preenchidas em menos de uma semana, e o perfil das contratações é bem variado, tendo espaço tanto para quem está entrando no mercado de trabalho quanto para quem possui experiência.
Na RH Brasil, o gerente de recrutamento, Joanir Schadeck, está à procura de profissionais para trabalhar como atendentes de call center. Das 1,6 mil vagas ofertadas desde o final do ano passado, 500 foram preenchidas.
O presidente da CDL de Joinville, Carlos Grendene, acredita que 2012 não deve ser um ano de grandes contratações para o comércio. Segundo ele, a tendência é que este ano mantenha os números de 2011, quanto o segmento abriu 2.270 vagas.
— Os primeiros meses do ano costumam ser mais lentos para o comércio, porque muitos empresários estão decidindo se mantêm o pessoal contratado na época de Natal.